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| Yves de La Taille |
Este trabalho tem por objetivo sintetizar a transcrição do vídeo sobre Jean Piaget, ministrado por Yves de La Taille (especialista em Psicologia Moral).
O palestrante aborda aspectos relevantes sobre Piaget e sua teoria interacionista-construtivista. É importante frisar que não devemos relacionar sua teoria como construtivista nos baseando no conceito atual de construtivismo, já que hoje há várias perspectivas acerca do assunto. Dentre alguns mitos em relação à Piaget, Yves enfatiza o de que Piaget seria maturacionista, onde o conhecimento se dá de maneira interna sem levar em consideração o contexto. E isto é mito, pois, Piaget fala sim na interação do indivíduo com o meio social. E diz que existe a construção endógena (sendo esta a sua definição de construtivismo). Outro mito seria o de que Piaget negaria a importância do aspecto social no desenvolvimento da criança. Na verdade Piaget não negou essa importância, apenas não se aprofundou no assunto.
Yves se refere à Piaget como um dos principais autores da psicologia (ao lado de Freud), sendo chamado de Einstein da psicologia da inteligência e a construção do conhecimento. Tendo como ponto de partida a pergunta: “Como o homem (mais especificamente a criança) constrói o conhecimento?”.
Piaget buscou entender como se dá a evolução da construção deste conhecimento, partindo do principio de que o crescimento da inteligência não se dá por acúmulo de conhecimentos, mas pela organização da própria inteligência para ter mais possibilidades de assimilação. A assimilação é definida como um dos conceitos centrais de Piaget, onde o individuo entra em contato com o objeto, ocorrendo o processo de assimilação das informações que considerar relevantes, a acomodação destas informações, estabelecendo, assim, um equilíbrio. Logo, o crescimento da inteligência se dá por um processo constante de desequilíbrio, reequilíbrio (como algo móvel, dinâmico) e o equilíbrio (algo estável).
Outros dois conceitos relevantes de Piaget são a abstração empírica e a abstração reflexiva. Sendo a abstração empírica as informações que tiramos do nosso objeto de conhecimento, de acordo com a maneira que nos relacionamos com esse objeto, e a abstração reflexiva são as informações que tiramos das ações nossas sobre o objeto.
Por último, o conceito mais famoso de Jean Piaget é o que divide o desenvolvimento cognitivo em quatro estágios. O primeiro é o sensório-motor (de 0 a 24 meses), chamado de inteligência prática, onde não se emprega a linguagem, mas as percepções (sensório) e as ações (motor). Neste estágio a criança acredita que o mundo existe em função dela. O segundo estágio, é o pré-operatório (de 2 a 7 anos), também chamado de estágio da representação, pelo fato de que a criança passa a trabalhar com a representação e terá um processo de assimilação, acomodação e equilibração para organizar essas representações. Nesta fase a criança começa a ser inserida no mundo da linguagem. A socialização da criança no mundo começa a ganhar relevância, fazendo com que ela ingresse, também, no mundo da moralidade. Por volta dos 4 anos, já começa a entender conceitos como os de valores e regras. Temos ainda a presença do egocentrismo no sentido de que a criança tem dificuldade de perceber o ponto de vista do outro. E, por fim o estágio operatório, que é dividido em operatório concreto (de 7 a 11/12 anos) e o operatório formal (de 12 anos em diante). Sendo que no operatório concreto, a criança só faz uso da capacidade operatória a partir de evidências concretas e no operatório formal ela já consegue pensar de maneira lógica, em cima de abstrações.
Concluindo, a obra de Piaget é importante para auxiliar os pais, professores, e todos que quiserem entender a criança e saber lidar com ela, mas sua teoria não pode ser considerada hegemônica, já que a psicologia do desenvolvimento, hoje, vive uma fase de difusão de ideias.
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Autora: Vanessa Milida
Disciplina: Aquisição da linguagem e competência textual
Professor-orientador: José Maurício
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